O avanço do crime organizado
- O risco não é perder a Amazônia para o crime organizado. O risco é o terror que essas facções podem promover no País.
Atribuir a garimpagem ilegal, os desmatamentos e grilagem de terras na Amazônia às organizações criminosas conhecidas - PCC, CV é uma avaliação apressada. Mas afirmar, como fez o ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, que está em Davos participando do Fórum Econômico Mundial, que “o Brasil corre o risco de perder a soberania da Amazônia, não para outros países, mas para o crime organizado”, é a admissão do fracasso do estado brasileiro na proteção não apenas da região, mas na defesa da democracia.
Não se trata de uma questão de polícia - como o governo Lula vem afirmando - mas do descuido com valores e com a corrupção de agentes públicos.
O crime está, sim, na Amazônia, região que é rota do tráfico de drogas, mas tomou territórios e sua presença é marcante nas grandes cidades. Rio de Janeiro e Manaus são exemplos genuínos.
Seu fortalecimento é produto de conluios que envolvem autoridades, instituições, igrejas ou não prosperaria e avançaria sobre territórios com tanta facilidade.
O risco não é perder a Amazônia para o crime organizado. O risco é o terror que essas facções podem promover, o risco é ver o que foi construído ao longo dos últimos 30 anos - a democracia - desaparecer no País.
ASSUNTOS: Amazônia, Crime Organizado, Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.