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O Brasil sangra e ninguém percebe


Por Raimundo de Holanda

09/01/2023 19h56 — em
Bastidores da Política


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Tudo em paz. Mais de 1.500 presos, acampamentos de bolsonaristas em frente aos quartéis desmobilizados, contas de incitadores nas redes sociais banidas, eventuais financiadores do movimento investigados…É o início de um novo tempo? Não. Não é.

O governo endureceu, enquadrou baderneiros como terroristas, afastou um governador e decretou intervenção federal na segurança pública de Brasília. Fez tudo isso depois do estrago provocado, quando tinha meios para evitar a desordem instaurada no último domingo. Agiu sobre terra arrasada.

A ideia de estancar o dissenso na sociedade brasileira, que vinha evoluindo desde a posse de Lula,  ficará na gaveta por algum tempo, com o País seguindo dividido. O que é ruim.

E péssimo, porque quem não se entendia, provavelmente não se entenderá mais.

Péssimo porque o Brasil precisa restaurar a unidade perdida, essencial para a manutenção da democracia.

Péssimo porque o Judiciário continua funcionando como um governo, descompensando o sistema de freios e contrapesos, instituído para evitar abusos.

Péssimo porque nem o Executivo nem o Legislativo percebem o quanto ficaram pequenos nos últimos anos, na medida em que transferiam para o Judiciário competências que eram deles.

Péssimo porque o brasileiro começa a perder a esperança. E quando um povo perde a esperança, a Nação empobrece, as ideias desaparecem, os bons se recolhem e o caos se estabelece.

Nós, brasileiros, não queremos isso. Lutamos contra isso.

É preciso estancar a sangria da esperança para, a partir daí, construir um novo País,  com mais igualdade, mais liberdade e mais justiça.

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ASSUNTOS: acampamentos de bolsonaristas, Alexandre de Moraes, Bolsonaro, Invasão de Brasília, Lula

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.