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O cerco silencioso das facções criminosas no Amazonas


Por Raimundo de Holanda

01/02/2020 20h54 — em
Bastidores da Política



Foram 104 homicídios em Manaus no mês de janeiro. Algumas mortes banais - de vizinhos incomodados com o latido do cachorro, ou do homem embriagado que atacou o amigo com uma facada. Mas 90 por cento dos casos foram ocasionados por confronto entre facções criminosas e destas com a Polícia.

Há um cerco das facções em torno de Manaus e dos municípios do Alto Solimões. É silencioso e eficaz. Começa com as invasões de terras e o domínio sobre as novas “comunidades”.

Nada disso aconteceria se não houvesse a conivência  do poder econômico e do poder político com os criminosos.

Seria  irresponsável dizer em qual patamar do poder politico isso ocorre - se do baixo clero ou mais acima. A facilidade com que  esse "estado" paralelo  age e se apropria da vontade de milhares de cidadãos, confinados nas invasões, indica, senão “passe livre”para crescer e matar, uma lamentável omissão ou incapacidade de agir dos poderes constituídos.

E o pior é o que está por vir. Há um claro objetivo dessas organizações se infiltrarem em instituições do Estado. Há, segundo informações, projeto para eleger vereadores e prefeitos que deem respaldo político às suas atividades.

Parece que chegamos a um ponto de vermos sumir o Estado e suas instituições, tal qual conhecemos.

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ASSUNTOS: 'BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO', 104 mortes em Manaus, comando vermelho, fdn

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.