O crime do candidato é faltar com a verdade
- Ao acusar a cúpula da Secretaria de Segurança de conluio com o crime organizado, sem provas, o deputado e candidato a prefeito de Manaus, Amom Mandel (Cidadania), comete um crime que ele diz combater: a disseminação de notícias falsas.
- O parlamentar foi instado pelo juiz Frank Stone a explicar a acusação. A resposta até agora foi um constrangedor silêncio.
A acusação feita por Amom Mandel não é apenas irresponsável, ela atenta contra o interesse público e busca enfraquecer uma instituição que tem seus defeitos, mas é composta em sua maioria por homens e mulheres focados no trabalho de proteger a sociedade.
As milhares de toneladas de drogas apreendidas nos últimos meses são prova inconteste da luta ferrenha contra as organizações criminosas.
Mas a acusação leviana, imprudente, precipitada, irresponsável tem consequências nefastas. Primeiro, porque o público costuma levar em conta esse tipo de desinformação, especialmente quando parte de um parlamentar que desonra o cargo que ocupa.
O eleitorado espera que ele, como tantos outros ungidos pelas urnas para defender a sociedade, fale a verdade. E que faça críticas e até acuse, mas com provas robustas, o que ele não fez.
A própria alegação de que fez uma denúncia à Polícia Federal é falsa. Um documento apócrifo foi entregue, segundo consta, ao superintendente da Polícia Federal, mas uma denúncia deve ser formalizada, protocolada. O protocolo encaminha para as devidas análises e investigações. Nada disso foi feito porque, na prática, Amom, não fez denúncia nenhuma.
ASSUNTOS: amom mandel, eleição 2024, Fake News, policia federal
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.