O Estado contaminado
- A questão é saber qual o tamanho da contaminação e se não há um processo de metástase que avançou a tal ponto que é impossível salvar qualquer coisa, sem um processo radical de depuração dos poderes legalmente constituídos.
A infiltração das facções criminosas em instituições do País era, até recentemente, uma suspeita. Agora é fato.E gravíssimo, comprovado pela Polícia Federal, no bojo da Operação Dakovo, que mirou o tráfico internacional de armas envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
Não foi surpresa a identificação de um funcionário da Procuradoria Geral da República, com acesso a dados sigilosos, como braço financeiro das facções.
A descoberta, se não surpreende, comprova que PCC e CV têm obtido êxito em estender seus tentáculos ao poder político.
Se chegou ao MP/PGR, que tem a função de acionar o sistema de justiça, denunciar malfeitorias - e a Constituição o define como “instituição essencial à defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”, onde mais se infiltrou?
A questão é saber qual o tamanho da contaminação e se não há um processo de metástase que avançou a tal ponto que é impossível salvar qualquer coisa, sem um processo radical de depuração dos poderes legalmente constituídos.
ASSUNTOS: CV, DAKOVO, PCC, PGR, TRÁFICO DE ARMAS
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.