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O fracasso do governo na repressão ao garimpo ilegal


Por Raimundo de Holanda

22/08/2024 20h35 — em
Bastidores da Política



A Polícia Federal e o Ibama já destruíram centenas de dragas nos rios da Amazônia  apenas este mês e o problema do garimpo ilegal continua. A reação dos garimpeiros, atirando contra os agentes federais, é um fato novo e perigoso. Aponta para confrontos que claramente não estavam previstos pelas autoridades e já ameaçam a segurança de cidades como Humaitá, no Amazonas, onde o tiroteio ocorreu em praça pública.

A questão parece muito clara: o governo federal não tem sabido administrar um problema criado pela sua inércia, sua falta de capacidade de proteger áreas indígenas, onde se concentra a exploração ilegal de minerais.

Pior é a estratégia - ou a falta dela - de inibir a ação dos garimpeiros, destruindo balsas e o que encontra pela frente, utilizando bombas e produzindo mais poluição: a fuligem provocada pelos incêndios é altamente tóxica e a grande quantidade de mercúrio, armazenada  nessas dragas, acaba contaminando os rios. 

Quer dizer, na busca de resolver um problema, cria-se outro, tão grave quanto o primeiro.

Parece ter chegado a hora de buscar entendimento com os garimpeiros, através de seus sindicatos e associações, definindo áreas onde poderão atuar sob a fiscalização federal.

Ou então continuar essa repressão de resultados pífios, que aumenta o potencial de agressão ao meio ambiente, cria uma situação de hostilidade que cresce inclusive envolvendo população ribeirinha e de cidades ao longo dos rios da região.

O fato é que alguma coisa de concreto precisa ser feita, porque o que está sendo feito é de um improviso  elementar.

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ASSUNTOS: Amazonas, dragas incendiadas, garimpo ilegal, Manaus, policia federal

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.