A inusitada reunião esta semana entre "membros dos Três Poderes", resultou num aparente afrouxamento do STF em relação a decisão anterior sobre maior transparência na liberação de emendas parlamentares. É curioso que o  recurso legal a uma decisão da Justiça tenha dado lugar a uma reunião com integrantes do governo, presidentes do Senado e  da Câmara, além de ministros do STF. 

Na prática, o STF ao consentir participar da reunião - não foram seguidos os ritos  legais - o Legislativo, incomodado, deveria ter questionado junto a corte uma decisão monocrática do ministro Flávio Dino, ainda que os ministros a tenham referendado, pareceu dar aval ao "jeitinho" tanto  criticado no País.  

A reunião acabou por politizar o Tribunal, onde tudo parece se resolver em uma mesa,  num encontro informal, onde  o interesse público é relativizado.

Mais curiosa foi a nota onde os "Três Poderes" anunciam consenso em relação a novos critérios  para a liberação das emendas parlamentares.

Por mais que seja elogiável a decisão comum de  “respeitar critérios de transparência, rastreabilidade e correção”  das emendas, essa era uma decisão para ser tomada pelo Supremo, em rito normal, analisado o recurso dos parlamentares e do governo, não em uma reunião marcadamente política