O lado complicado de ser pai. E a melhor coisa do mundo
É a melhor coisa do mundo ser pai, mas o dia chegou com muitas surpresas e uma conta enorme para ser paga. Todos os presentes que vou ganhar, descubro com espanto, serão debitados no meu cartão de crédito. E a conta do mês chegará pesada.
Meio sem jeito, corro para a escrivaninha e pego papel e lápis ( sou dos antigos que usam mal a calculadora do celular). Pronto. Conta feita. Setembro vai ser um mês apertado.
Até o bolo encomendado vou ter que pagar, a camisa que os filhos encomendaram, as meias, os balões, os sapatos.
Não sei o porquê da invenção de um dia para os pais. Mas sei o quanto dói no bolso.
Ainda assim é a melhor coisa do mundo ser pai, ter filhos para ensinar a compreender o mundo e a mudá-lo. A ser o que não fomos, a construir o que não construimos, a ter o que não tivemos em meio a pobreza de uma infância difícil e uma adolescência reprimida pela violência do Estado.
Fazer a travessia deles para a independência pessoal e compreensão que dali poderão caminhar sozinhos é uma alegria inexplicável.
Hoje, como ontem, prefiro achar que este dia é dos filhos. E ainda que tenha que pagar pelos presentes que eles acham que me deram, quero agradecer a Estrela, Marcos e Samara . Feliz dia dos filhos.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.