O lixo transformado em dinheiro pelas mãos finas de uma elite de Manaus
O lixo deixou de ser um problema para Manaus. A coleta seletiva trouxe dignidade para centenas de famílias, novas empresas de reciclagem surgiram e a economia ganhou dinamismo. Mas se o negócio beneficiava os mais pobres, sujava as mãos brancas e finas de uma elite cujo trabalho era fazer contas, enquanto “investia” no bolso do contribuinte.
Somente em 2017, a coleta de lixo sangrou os cofres da prefeitura de Manaus em R$ 170 milhões, valores que só aumentaram nos três anos seguintes.
A prorrogação do contrato da Tumpex até 2035 pela gestão anterior a do prefeito David Almeida, foi um escândalo, para o qual todos fizeram vista grossa: a Câmara Municipal de Manaus, o Ministério Público e o Tribunal de Contas. Por que? Ninguém sabe. Descuido, talvez…
Com a operação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e Receita Federal o que ficou evidente é que o negócio fedia, beneficiava agentes públicos, empresários e um sem número de intermediários. No meio dessa sujeira toda, a sonegação de impostos.
A Nota emitida pela prefeitura de Manaus mostra que os malfeitos ocorreram na administração anterior, mas o prefeito David Almeida faria bem se rompesse imediatamente todos os contratos ainda vigentes e realizasse nova licitação para a coleta de lixo na cidade de Manaus.
Mais: afastasse eventuais servidores acusados e que permanecem na prefeitura, não por se atribuir a eles culpa antecipada, mas para que tenham a oportunidade de provar que são inocentes.
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ASSUNTOS: lixo, Manaus, PF, Tumpex
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.