O mau exemplo do coronel Menezes
Há um evidente clima de insubordinação às medidas de isolamento social por parte de comerciantes e empresários, insatisfeitos com a paralisia do comércio e da indústria. Mais do que proibir nova carreata marcada para segunda-feira - como fez a Justiça a pedido do MP-AM - cabe ao poder público - Estado e Município - responsabilizar associações de classe por possível aglomeração de partidários do movimento e as contaminações que venham a ocorrer.
O castigo tem que pesar no cofre das entidades de classe. Cabe a elas, em caso de desobediência, assumir o ônus por eventuais contaminações dali decorrentes.
Já foi uma irresponsabilidade a carreata realizada na sexta-feira e capitaneada pelo Coronel Menezes, superintendente da Suframa. Uma burla ao isolamento social e as regras impostas por Estado e Município para evitar a propagação do coronavírus em Manaus.
O mau exemplo de Menezes veio em um momento de propagação comunitária do vírus e na contramão de medidas adotadas pelas autoridades sanitárias para evitar que mais mortes ocorram pelo Covid-19.
Mau exemplo porque Menezes, infelizmente, é uma autoridade de Estado, comandando uma autarquia importante do governo federal na região e não se preocupou com os impactos negativos do apoio dado ao movimento e dele ter participado como agente ativo.
Seu gesto impensado pode incentivar outras pessoas a sairem às ruas. O que é lamentável.
ASSUNTOS: bolsovirus, carreata em Manaus, coronel Menezes, Suframa, Coronavírus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.