A profusão de blogs em Manaus é algo surpreendente. Poderia ser um fato para ser comemorado - muita gente informando e contribuindo para a formação do pensamento crítico.  Mas um grande número de jornalistas não sabe fazer uso da liberdade - cujo princípio fundamental é respeitar o direito do outro. Ir além disso é anarquia, é desqualificar uma profissão tão essencial  à democracia e ao estado de direito.

É fato que nem todos os que escrevem  são jornalistas, mas deveriam ter ao menos a noção de que a notícia, qualquer noticia, assim como qualquer análise crítica, precisam estar ancoradas em um fato comprovado.

Mas se os jornalistas ou os que se apropriaram da profissão cometem excessos, profissionais de outras áreas também fazem mau uso da liberdade.

É um procurador da república que denuncia um jornalista para agradar uma corporação ou defender causas de um ex-juiz que tornou-se ministro, ou ainda um ministro que afronta o Congresso Nacional ao mandar para o armário uma Lei necessária ao país, também para agradar a corporações de juizes e procuradores.

Em ambos os casos está a liberdade de decidir o que é certo ou errado. Enquanto o jornalista erra  por falta de formação, leitura, conhecimento geral,  juizes e procuradores  erram por má fé, amparados por um sentimento de superioridade  sem limites.  A lei, para alguns, quando atrapalha um certo narcisismo que incorporam com a profissão,  nada representa. Quando não a  ignoraram, mandam para o arquivo.