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O medicamento roubado e o crime de tortura


Por Raimundo de Holanda

24/07/2024 20h53 — em
Bastidores da Política


  • O caso não é apenas de roubo. Subtrair medicamento que poderia amenizar a dor de pessoas, curar ou atenuar suas enfermidades é um crime hediondo. É semelhante a tortura, um atentado à saúde pública e deve ser punido com rigor.

Quando se fala que a saúde vai mal costuma-se apontar o dedo para o governo. Mas governo é feito de pessoas - e são milhares - a grande maioria focada no interesse público, outra parte se aproveitando de funções de confiança para promover desvios, frustrar ações do próprio governo ao qual deveriam  servir e atingir o cidadão.

O desvio de toneladas de medicamentos das unidades hospitalares de Manaus e a prisão de servidores pela polícia é o início do desmonte de uma quadrilha que atua há muitos anos numa área vital e que se não vai bem é porque na ponta há servidores mal intencionados. 

A queixa da falta de medicamentos nos hospitais despertou a desconfiança de que havia algo de errado e o governador Wilson Lima determinou uma investigação que resultou nas prisões desta terça-feira.

Surpreendeu o montante desviado - mais de duas mil toneladas apreendidas, mas esse número pode ser muito maior. 

O remédio, que deveria chegar ao cidadão assistido na rede hospitalar estadual, acabava nas mãos de empresários que os revendiam.

O caso não é apenas de roubo. Subtrair medicamento que poderia amenizar a dor de pessoas, curar ou atenuar suas enfermidades é um crime hediondo. É semelhante a tortura, um atentado à saúde pública  e deve ser punido com rigor.

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ASSUNTOS: polícia de Manaus, prisão de servidores, Roubo de remédio

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.