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O poder das facções criminosas


Por Raimundo de Holanda

08/12/2023 22h58 — em
Bastidores da Política


  • Não seria exagero enquadrar as facções criminosas como braço de um estado anômalo e corrompido.

O avanço das facções criminosas nos estados do Norte do Brasil, especialmente Amazonas e Roraima, surpreende pela facilidade com que ocupam territórios e estendem seu domínio sobre a população.

O Governo Federal  acena tardiamente com a constituição de uma força tarefa para combatê-las, mas essa parece uma guerra perdida, que o  poder político não quis vencer (no momento em que essas facções se estabeleciam), por cumplicidade ou simples descaso. 

Não é fantasia a versão de que essas facções conseguiram se infiltrar nos poderes do Estado Brasileiro e gozam de alguma proteção. Ou não teriam crescido ao ponto de serem chamadas de “Estado Paralelo”. 

Não são nada  disso, mas qualquer investigação mais séria talvez as enquadrassem como braço de um estado anômalo e corrompido.

São grupos que geram dinheiro ilegal com o tráfico de drogas, com alto poder de corromper agentes públicos.  Isso fica evidente a cada eleição… ou a cada concurso - o caminho para carreiras de estado.

Ao se expandirem sem nenhum controle das instituições, espalham sangue e morte, formas de ameaçar e controlar pelo medo grande parte de uma população pobre e esquecida. 

São diários os exemplos de violência praticada  contra quem viola suas regras. A punição é o corte de mãos ou pés, caso o “acusado” passe no que agora essas facções chamam de “juízo de custódia”, ou o esquartejamento, na eventualidade de o “réu” ser condenado nas sessões chamadas de “júri do crime”.

Grupos criminosos existem em todo lugar, mas são sutis porque suas malfeitorias dependem de sutilezas. No caso das facções brasileiras, as ações ocorrem de forma escancarada. E como reação, o governo finge que faz ou vai fazer alguma coisa...

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ASSUNTOS: Crime Organizado, facção

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.