Compartilhe este texto

O que JP e Perseverando podem revelar à CPI


Por Raimundo de Holanda

25/06/2020 22h09 — em
Bastidores da Política



Os depoimentos nesta sexta-feira  de Joao Paulo Marques ( o JP) e Perseverando Garcia, todos oriundos dos quadros da Defensoria Pública,  e que desembarcaram sem nenhuma experiência administrativa em cargos executivos na Susam,  podem trazer complicadores adicionais para o governo Wilson Lima. JP e Perseverando são considerados peças-chaves no escândalo da compra superfaturada de respiradores pelo Estado. 

Documentos levantados pela CPI da Saúde  revelam que eles autorizaram a compra e indicaram a empresa fornecedora dos aparelhos. A questão é  se assumirão isso sozinhos ou se indicarão que  apenas cumpriam determinação superior.

O ônus da culpa é gravíssimo. Poderão responder por improbidade,  advocacia administrativa e outros crimes.

Como  a  CPI seguiu o caminho do dinheiro - o financiamento à empresa  que forneceu os aparelhos foi feito pelo dono de uma rede de supermercados, condenado pela Justiça Federal a mais de  20 anos de prisão por crimes envolvendo fraudes em licitações, agora a investigação se debruça sobre um possível esquema de lavagem de dinheiro.

A CPI deve pedir ainda nesta sexta-feira a quebra do sigilo fiscal e bancário de JP e Perseverando.

Se alguém aventou a ideia de sacrificar JP e Perseverando,  não avaliou o estado catatônico em que se encontram, provocado  pelas pressões que vêm sofrendo,  principalmente de amigos e familiares.  Há o futuro de  filhos agora cercado de incertezas, estilos de vida e uma história bem contada de honestidade e amor ao serviço público, que podem ir para a lixeira.

JP e Perseverando poderão, no depoimento que prestarão nesta sexta à CPI,  perseverar na honestidade  e na história de vida que os amigos contam deles. Ou assumir uma culpa que talvez não seja deles.

Siga-nos no

ASSUNTOS: Amazonas, CORONAVÍRUAS, covid 19, cpi da saúde, fraude, respiradores

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.