O que muda é a patente, não a patética situação na qual Bolsonaro colocou a Suframa
Como o coronel Menezes, o general Algacir Polsin nada entende de política industrial, nem do Modelo Zona Franca de Manaus. Como Menezes, Polsin é uma indicação de amigos, que atropela o necessário conhecimento técnico, visão estratégica de negócios, segurança jurídica e outras questões fundamentais para tornar o modelo Zona Franca de Manaus, senão competitivo, ao menos estável.
O que muda é a patente, não a patética situação na qual Bolsonaro colocou a Suframa desde a posse de Menezes, que chegou como “amigo”do presidente e, portanto, capaz de tornar possível a recuperação da autonomia da instituição e com cacife para atender as expectativa do empresariado.
Agora Menezes descobre que era apenas uma peça descartável no jogo do presidente, que tem um certo fetiche por quatro estrelas.
O que não se esperava é que fosse transformar a Suframa em uma extensão do quartel, consolidando sua visão equivocada e tosca da Amazônia e de seu desenvolvimento.
O general que entra pode ser o que vai apagar as luzes da Superintendência da Zona Franca de Manaus..
A GUERRA DE BOLSONARO
Um ano e 5 meses depois de instalado, o governo de Jair Bolsonaro se atira numa ‘guerra contra o Judiciário e o Legislativo. No meio do tiroteio de palavrões, fake news, insultos e ameaças veladas, o povo enfrenta a pior pandemia em 100 anos.
Incapaz de uma atitude de estadista diante da crise sanitária e econômica, o presidente gasta o tempo incentivando o caos, em nome de uma ideologia supremacista, violenta e anacrônica.
À revelia do consentimento e ignorando papel das Forças Armadas, Bolsonaro ‘militarizou’ seu governo com 3 mil militares da ativa e inativos em cargos civis. De generais a soldados rasos.
Em outra frente, joga com a pior ralé da política partidária. Condenados no “Mensalão” e outros crimes de corrupção formam sua tropa de elite no Congresso, para manter o mandato.
E à medida que processos e ações se multiplicam contra ele nos tribunais superiores, o líder se sente emparedado e responde com mais ameaças e insultos aos poderes e seus membros.
Mas embora cause espanto o fato de os poderes Legislativo e Judiciário não reagirem no mesmo tom, as investigações processuais avançam e já se anuncia para breve os julgamentos.
O pior para Bolsonaro é que ele não se contém em ‘desrespeitar’ a dignidade dos poderes congêneres da República. E perde, com isso, a possibilidade de promover a conciliação.
Ao contrário, promove com sua tropa de choque desfiles dominicais no melhor estilo dos ditadores do terceiro mundo.
ASSUNTOS: amazônia, Bolsonaro, coronel Menezes, GENERAL Algacir Polsi, Suframa
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.