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O 'ruído' da suposta greve dos médicos


Por Raimundo de Holanda

23/12/2024 20h05 — em
Bastidores da Política


  • A saúde não pode continuar sendo o calcanhar de Aquiles de um governo que tem tentado acertar, mas erra no diagnóstico de problemas antigos que tardiamente tenta resolver.

Havia muito "ruído" em torno de eventual paralisação de médicos ortopedistas entre o Natal e a passagem do ano, quando a demanda por essa especialização  cresce na rede de saúde. A reunião promovida pelo Ministério Público com o governo e o Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Amazonas serviu para desfazer os boatos, mas  informações falsas sobre greve deixaram a população apreensiva. 

É evidente que há uma insatisfação dos médicos com a mudança de administração das unidades hospitalares da Zona Sul, que envolve o pronto-socorro 28 de Agosto e o Instituto Dona Lindu, o que terá consequências futuras. Mas prevaleceu, como se esperava, o juramento profissional,  "de  que  nada, nem estatuto social ou qualquer outro fato deve se interpor entre o dever de tratar e servir aos pacientes".

Mas há demandas reprimidas que devem ser discutidas futuramente. A troca abrupta da administração das unidades causou apreensão e certamente afetou os médicos, gerando a boataria que se seguiu.

O governador Wilson Lima  tentou o melhor. E mudar era necessário, mas faltou diálogo com os profissionais, um processo de transição menos traumático, mesmo considerando que a secretaria de Saúde vê resultados, como a economia mensal de R$ 10 milhões, embora saúde seja uma área em que  economizar é irrelevante, quando há resultados. Relevante é gastar bem e colher frutos sadios.

A saúde não pode continuar sendo o calcanhar de Aquiles de um governo que tem tentado acertar, mas erra no diagnóstico de problemas antigos que tardiamente tenta resolver.

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ASSUNTOS: greve dos médicos, hospital 28 de Agosto, Instituto Dona Lindu, Manaus, MPE

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.