O trono e Deus ameaçado por 11 juizes
O povo, desInformado, aplaude e os juÍzes se tornam deuses. No Supremo há 11 candidatos ao trono de Deus. Cada um entende de forma diferente a Constituição, outros avançam o sinal e tomam o lugar do Legislativo, que é o Poder que elabora, em uma democracia, as leis. Taí o exemplo do indulto natalino, modificado por um ministro candidato a Deus. E há ódio de uns, parcialidade visível nos julgamentos, discórdia nas reuniões, bate-boca. Mais do que nunca a forma de escolha dos ministro da Corte Suprema está em cheque. Não são os melhores quadros do direito nem os que se sobressaem pelo mérito os escolhidos. A escolha é política. Isso tem que acabar.
E esse jogo de vaidades alimentado pelo brilho das câmeras é terrível, porque produz um espetáculo vergonhoso.
No Brasil dos juízes-deuses o Supremo é um tribunal que se apequenou. É Supremo ainda, mas deixou de ser o ultimo refúgio para a busca de direitos solapados pelas demais instâncias do Judiciário.
Há ministros que não conseguem nem mesmo esconder o ódio que sentem das partes. E isso é tão visível e apavorante que na verdade se tornou uma ameaça velada ao que defendemos como o direito mais sagrado: o da liberdade.
ASSUNTOS: deus, SEMANA SANTA, STF
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.