O vale-tudo da extrema direita em Manaus
- Há uma perigosa e evidente consequência no caso de eleição do "capitão": o aumento da violência contra os mais pobres, os favelados, os desempregados, a grande massa de despossuídos que se espalha numa cidade de desigualdade gritante.
ELEIÇÃO 2024 - MANAUS
A extrema direita quer chegar ao poder em Manaus a qualquer custo. Na ânsia de conquistar o eleitor desempregado ou subempregado, sem formação e que depende de programas assistencialistas dos governos, o candidato, que se diz "capitão", se apropria de propostas da esquerda e promete criar centenas de vagas em creches, além de apoiar as família e as mulheres mães. Não diz como será esse apoio. Na prática, monta um jogo de palavras para invadir o imaginário do eleitor e romper a resistência a um grupo que vê todo homem pardo, negro e pobre como suposto "bandido" ou "vagabundo".
O "capitão" representa uma extrema direita perniciosa, tóxica, que esconde seu principal representante - o ex-presidente Bolsonaro, que veio a Manaus participar de sua campanha, mas tem sido excluído dos programas eleitorais pelo candidato. Por quê?
A resposta é claríssima: a visita do ex-presidente foi um fracasso de público e tem contribuído pouco ou nada com a campanha em curso.
Há uma perigosa e evidente consequência no caso de eleição do "capitão": o aumento da violência contra os mais pobres, os favelados, os desempregados, a grande massa de despossuídos que se espalha numa cidade de desigualdade gritante.
Fosse um amigo de Manaus e de seu povo, como parlamentar - ele teve R$ 400 milhões para contribuir com o município - teria destinado esses recursos à cidade, não a São Paulo, o que revela um divórcio com os manauaras. Reatar esse casamento parece impossível.
O "capitão" tem o dever de explicar aos manauaras as razões pelas quais preferiu destinar recursos a outros estados, a outras cidades e não a Manaus. O eleitor tem o direito de ouvir uma explicação do candidato.
DIREITO DE DEFESA
A coluna está aberta ao "capitão" para que dê aos eleitores uma resposta clara, sem subterfúgio, sem a necessidade de recorrer à justiça eleitoral. É salutar que dê explicações, que fale do seu amor por São Paulo e porque, afinal, se divorciou dos amazonenses.
Veja mais uma: mototaxistas respondem ao capitão:
ASSUNTOS: Bolsonaro, Capitão, eleição 2024, Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.