A gente pode conviver sem o X, mas certamente esse aplicativo marcou a vida dos brasileiros. Como esquecer o X num País onde se fala muito em democracia e liberdade, mas se caminha escandalosamente para um estado de exceção?

O aplicativo carregava um símbolo. Na língua portuguesa quantas palavras se pronuncia diariamente utilizando o x como parte de sua construção: Alexandre, por exemplo, carrega o x no seu nome...e deve pesar muito.

É óbvio que o X deveria manter um escritório no Brasil em respeito às leis brasileiras, mas seus funcionários estavam ou não sob constante  ameaça de prisão? Isso, apenas esse fato, não dá ao dono da  plataforma argumento sólido para sua decisão de fechar a representação no País?

É falso dizer que o X se negava a abrir um escritório no Brasil. O espaço existia e houve a decisão de  fechar, o que não significa que não tinha a intenção de reabrir em algum momento menos polarizado.

O curioso é como os brasileiros comuns  reagiram, fazendo piadas na eterna alegria de um circo montado para desviar a atenção de problemas como violência, fome, alta do dólar, cortes em programas sociais, crime organizado.

Numa solenidade em São Paulo, onde o ministro Alexandre de Moraes recebeu uma medalha do Ministério Público, o vice-presidente Geraldo Alkmin disse que ele salvou o Brasil. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o chamou de herói. O presidente do Senado, o sr Pacheco, o encheu de elogios. 

Resumindo. Alexandre tem razão. Ninguém viu seus evidentes excessos. De olhos fechados, as autoridades da República só veem as sombras de um país instável institucionalmente.