O xadrez do jogo eleitoral de 2026 no Amazonas
A eleição de 2026 está na agenda do dia dos grupos que saíram da disputa deste ano vitoriosos, mas que dificilmente caminharão lado a lado no próximo pleito. Seja porque há ressentimentos não resolvidos - bem anteriores á disputa deste ano - seja porque fingem que se toleram.
O dia do racha vai chegar, com um senador em fim de mandato ditando as regras de um jogo que ele considera que só poderá ser ganho com artimanhas e divisões. Aliás, sua especialidade.
O problema é o caos que essa divisão provoca e se beneficia seu autor. Será uma eleição com duas vagas de senador, 24 deputados estaduais, oito federais, governador e presidente.
Para onde vai o prefeito David Almeida? Entra na disputa para o governo ou segue no mandato até o fim? A lógica índica que ele disputará o governo com apoio do senador C.
David é bem avaliado em Manaus, enquanto o pretensioso aliado tem um eleitorado fiel no interior. Sopa no mel? Nem tanto.
O senador em fim de mandato conquista seu eleitorado nos municípios com emendas que destina às prefeituras, mas não consegue interagir com esse eleitor, não tem empatia, nem carisma.
Esse jogo - se é que será o jogo jogado - é de alto risco para o senador que muitos gostariam de ver aposentado, cuidando dos netos e curtindo a vida.
A outra questão, também relevante nesse tabuleiro, é o rumo que será tomado pelo governador Wilson Lima. Sai candidato ao Senado e desbanca o senador em fim de mandato, completando a representação do Amazonas com Plínio Valério - caso este seja reeleito - ou permanece no cargo até o final de seu governo?
ASSUNTOS: eleiçoes 2026
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.