Ofensas para lá, ofensas para cá. É a campanha eleitoral e seus vícios
- Como o eleitor não é exigente, o debate é raso, quase uma encrenca que em nada contribui com o processo eleitoral que se avizinha e, menos ainda, com a democracia, que não se expressa apenas no voto.
A troca de "farpas" entre os pré-candidatos à prefeitura de Manaus não é apenas inoportuna. Depõe contra os concorrentes que precisam demonstrar capacidade criativa, espírito público, compromisso com as mudanças que a sociedade espera a cada eleição e que sempre fica para depois.
A coisa piora ainda mais quando esse resquício de atraso intelectual e político envolve as duas figuras que administram a cidade e o Estado. Mesmo em campos opostos - o governador apoia um candidato do seu círculo - não podem se envolver em contendas mesquinhas. O debate público exige grandeza, impessoalidade, bom senso.
Como o eleitor não é exigente, o debate é raso, quase uma encrenca que em nada contribui com o processo eleitoral que se avizinha e, menos ainda, com a democracia, que não se expressa apenas no voto. É ação, tolerância, resiliência, aceitar ideias contrárias.
Ser adversário não é ser inimigo e isso vale para todos os pré-candidatos e seus apoiadores, hoje focados na crítica vazia e na desconstrução dos adversários
ASSUNTOS: Alberto Neto, Amom, David Almeida, eleições 2024, Manaus, Roberto Cidade, Wilson Lima
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.