Omissão, descaso e mortes por Covid 19 na cidade de Manaus
O noticiário tornou-se repetitivo: hospitais lotados, novas 1.856 infecções por Covid, falta de leitos e 43 mortes somente na sexta-feira. Muito pouca coisa ou nada se fez diante da perspectiva real de uma segunda onda de coronavírus e o resultado não poderia ser mais desalentador. A pandemia matou nos últimos 8 meses 5.669 amazonenses. Essa é uma tragédia humana sem precedentes na história de um Estado que deveria estar preparado para esse tipo de evento, e de uma cidade que concentra a oitava economia do País.
Mas é um evento Global. De fato, entretanto atinge mais a cidade de Manaus e suas repercussões são negativas pelo imobilismo que houve a partir da primeira onda. O que está acontecendo agora não se pode esperar solucionar com a vacina. Vacina previne, mas não esgota o potencial de vírus já circulante. É preciso mais ação da Prefeitura de Manaus e do Estado do Amazonas e vimos advertindo isso insistentemente.
Hospital de campanha em Manaus não é de campanha, não é de lona, é feito de pedra, espaço já aberto. O que se precisa é do óbvio: ajuda do Exército para erguer esses barracões de lona nas zonas da cidade, fazer triagem em áreas mais endêmicas e estabelecer o toque de recolher em alguns bairros. Ou se faz isso agora ou o depois será uma nova tragédia...
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.