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Os abusos da Águas de Manaus


Por Raimundo de Holanda

01/12/2024 20h30 — em
Bastidores da Política


  • Por mais que se alegue que existe uma tarifa social para os mais pobres, o resto da sociedade não pode pagar duplamente pela água que consome, nem consta que os cidadãos tenham se tornado sócios de uma empresa que fatura alto e cobra uma tarifa abusiva por um serviço muito ruim.
  • A Agemam - Agência Reguladora de Serviços concedidos - admite que a empresa não cumpre obrigações assumidas no contrato de concessão, Nos últimos 6 anos, já multou a Águas de Manaus ao menos cinco vezes. A soma das multas beira os R$ 3 milhões. Nada foi pago até agora.
  • Urge, pois, proteger a população de gastos que deveriam ser feitos exclusivamente pela concessionária, evitando que a água se torne um meio de enriquecimento de poucos, enquanto a população é privada de uma serviço de qualidade.

A Águas de Manaus continua enterrando tubos que, em tese serão interligados a redes coletoras de estações de tratamento de esgoto. Os problemas resultantes da abertura de valas em ruas e avenidas de Manaus são mensurados: asfalto destruído, problemas no trânsito, poeira, lama e nenhuma fiscalização dos órgãos de controle.

Pior, os investimentos nas chamadas ETEs - Estações  de Tratamento de Esgoto, saem do bolso do contribuinte, na medida em que o dinheiro vem de empréstimo dos governos  junto a bancos internacionais. De forma indireta, a população está pagando essa conta.

Não é de hoje que uma privatização se transformou em parceria público privada, ou melhor, "negócio entre amigos".  Esse mecanismo não consta na origem do processo licitatório, eivado de vícios, realizado ainda  na administração Amazonino Mendes. 

De lá para cá, Estado e Município já investiram em saneamento básico mais de R$ 2 bilhões, considerando o valor do Real na época - um real, um dólar.

Os sucessivos governos alegam que ao investirem em saneamento, fazem um aporte social que vai atender plenamente a população que terá água tratada e esgoto. Na prática, um engodo, um negócio que beneficia claramente a concessionária, sem contrapartida.

Por mais que se alegue que existe uma tarifa social para os mais pobres, o resto da sociedade não pode pagar duplamente pela água que consome, nem  consta que os cidadãos tenham se tornado sócios de uma empresa que fatura alto e cobra uma tarifa abusiva por um serviço muito ruim.

A Agemam - Agência Reguladora de Serviços concedidos -  admite que a empresa não cumpre obrigações assumidas no contrato de concessão, Nos últimos 6 anos, já multou a Águas de Manaus ao menos cinco vezes. A soma das multas beira os R$ 3 milhões. Nada foi pago até agora.

Urge, pois, proteger a população de gastos que deveriam ser feitos exclusivamente pela concessionária, evitando que a água se torne um meio de enriquecimento de poucos, enquanto a população é privada de um serviço de qualidade.

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ASSUNTOS: Águas de Manaus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.