Amazonas: os inimigos do Estado e o Gabinete de Crise
O Governo do Amazonas encerrou o dia com dois inimigos marcando pontos: o crime organizado, que se vangloriava de ocupar territórios e anunciava a paz “verdadeira”. E as fake news, que legitimavam a violência e mexiam com o emocional dos cidadãos. Mas nem tudo era noticia falsa. Tanto que o governo montou um gabinete de crise para tentar intervir numa causa aparentemente perdida.
Coube ao coronel Anézio Brito de Paiva, Secretário Executivo de Segurança, dar uma declaração importante, que indica uma mudança de rumos na estratégia do governo de encarar o problema do tráfico e os crimes dele derivados: “não falamos em facção, mas em criminosos e como tal todos serão tratados.“
O coronel parece bem intencionado, mas não comanda a segurança. O titular da pasta já deu declarações confusas sobre as “facções”, que extrapolam o bom senso.
O êxito do gabinete de crise vai depender de uma visão critica do problema e nenhuma suspeita de “compadrio com os criminosos”, como chegou a denunciar outro coronel a esta coluna.
Afinal, quem tem que ocupar território não e este ou aquele grupo criminoso, mas o Estado, com polícia, ação social, forte política de saúde, esporte e educação. Essa é a melhor receita para vencer o que o coronel Anézio chama de “grupos de criminosos”.
ASSUNTOS: amazpnas, cv, fdn, gabinete de crise, guerra de facções, Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.