Os juizes deuses e o jogo de interesses que expõe o judiciário
O jogo de interesses pessoais e de grupos está colocando a instituição judiciária num sério risco de cair no descrédito. O que teria movido um desembargador federal plantonista a ‘inesperadamente’ tomar a decisão de mandar soltar Lula?
O jogo de puxe encolhe sobre a soltura de Lula, protagonizado neste domingo por membros do TRF-4, não é um fato isolado, mas a repetição de decisões contraditórias que acontecem em todo o país.
Seja em Curitiba, em Brasília ou em qualquer lugar as instâncias do Judiciário perderam a noção de harmonia e começam a expor o fetiche do ‘endeusamento’ desnecessário e perigoso.
Os ditames da lei e os limites dos cargos dentro da instituição que, por ser a última instância de recorrência da sociedade, deveriam ser normas pétreas de comportamentos e decisões. Mas magistrados querem ser deuses. O pior é quando declaram guerra uns aos outros.
NOVELA RELÂMPAGO
Foi uma novela ‘relâmpago’ com um enredo todo petista. O ator, Rogério Favreto desfiliou-se do PT quando assumiu o cargo de desembargador. O plantão, num domingo pós-derrota do Brasil na Copa, o povo desatento. Mas o argumento não convenceu quem mandava mais e Lula ficou mesmo na prisão.
AS VACAS E O TSE
Com tantos problemas para serem resolvidos e o país envolvido em disputas políticas e judiciais, a preocupação de partidos políticos e do próprio TSE é com o ‘tamanho’ das vaquinhas na internet. Afinal, mil reais por dia é uma vaca grande ou pequena?
ASSUNTOS: lula, Rogério Favreto, TRF4
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.