Os monstros que o Brasil está criando
- Por que chegamos a esse ponto, de a cada esquina surgir um pequeno monstro? Porque o Brasil perdeu, após o 8 de janeiro, a grande oportunidade de apaziguar, de unir, de formar uma corrente em torno da paz social e do progresso.
- Há uma instabilidade política evidente. Não digam que tudo vai bem, que as instituições funcionam como em uma democracia plena, porque essa é uma narrativa falsa.
O 7 de Setembro sempre foi uma data festiva, que de certa forma unia o país em torno do sentimento de independência e liberdade, mesmo nos momentos em que essa liberdade era limitada. Agora serve para demonstrações de que o Brasil tem uma rachadura que apenas cresce a cada ano. Pior, vem criando figuras cada vez mais radicais, jogando trevas sobre um futuro próximo: as eleições de 2026.
Provavelmente não teremos Lula reeleito, nem Bolsonaro redimido de seus pecados e candidato. Mas o risco é a bomba que estamos produzindo agora, na confusão de poder, onde há autoritarismo, mas não autoridade, onde há voluntarismo, mas não governo. Essa figura é Pablo Marçal.
Pablo, candidato a prefeito de São Paulo, vem crescendo e, se eleito, pode se tornar potencial candidato a presidente.
O rapaz é inteligente, domina as entrevistas, inibe jornalistas, tem respostas e soluções para tudo. É um exímio contador de histórias...
Mas por que chegamos a esse ponto, de a cada esquina surgir um pequeno monstro? Porque o Brasil perdeu, após o 8 de janeiro, a grande oportunidade de apaziguar, de unir, de formar uma corrente em torno da paz e do progresso.
Nesses aspecto, a grande culpa é do próprio governo Lula e do Congresso Nacional, que abdicaram de suas prerrogativas e confeririam a um ministro do STF poderes excessivos.
Esse ministro é o grande responsável pela situação de instabilidade política (não digam que tudo vai bem, que as instituições funcionam como em uma democracia plena, porque é uma narrativa falsa) e pelo futuro incerto que vem pela frente.
Sua presença neste 7 de Setembro no palanque ao lado de Lula apenas demonstrou o que a direita vinha apontando: que tomou partido nas disputas travadas no tribunal.
ASSUNTOS: 7 de Setembro Bolsonaro Lula, democracia, Liberdade de Expressão
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.