Os protestos em Manaus e os erros do governador do Amazonas
- O problema de Wilson Lima é que ele produz caos e escuridão até mesmo quando tem a intenção de estabelecer luz e proteger as pessoas
O governador Wilson Lima deve estar se perguntando onde falhou, se o decreto assinado na ultima sexta-feira, fechando a partir deste sábado atividades não essenciais”, tinha a intenção de conter a pandemia, assegurar o isolamento social e evitar o estrangulamento da rede pública de Saúde.
Errou na forma de se comunicar com a sociedade; errou ao não oferecer contrapartidas a comerciários e ambulantes - os mais prejudicados. Errou ainda ao não revelar que por trás da medida extrema havia a recomendação de infectologistas que apontavam o crescimento do número de casos da doença e da ineficácia do tratamento, até então aplicado com êxito em pacientes internados com Covid; que as mortes aumentaram e que havia forte suspeita de uma variante muito mais agressiva do vírus circulando em Manaus.
Não era o bastante para evitar o caos instalado durante a tarde, com protestos em várias partes da cidade e com concentrações que são o maior meio de transmissão do vírus? Possivelmente não, mas muitos compreenderiam que havia uma medida de governo, destinada a proteger os cidadãos.
O problema de Wilson é que ele produz caos e escuridão até mesmo quando tem a intenção de estabelecer luz e proteger as pessoas.
O problema de Wilson é o despreparo - dele e da equipe de governo. Ou somente da equipe, porque é a equipe que faz um governante ter sucesso, ser produtivo e popular.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.