Os 'sugar babies' e a Zona Franca de Manaus
A Zona Franca de Manaus sempre funcionou como sugar mommy. E Foi, por 30 anos, o paraíso para os sugar babies, jovens ambiciosos que construíram fortunas com importações altamente subsidiadas e parcerias com grandes multinacionais. A generosa senhora oferecia quase tudo - incentivos fiscais, terras no distrito da Suframa e um poder ilimitado para seus dirigentes. Aos 51 anos, está na UTI porque empresários e políticos que se alimentaram das facilidades que o modelo oferecia, não pensaram em um projeto alternativo de desenvolvimento. O que está ficando como herança são poucas famílias ricas - e se conta nos dedos - um grande número de desempregados e uma cidade favelada, dominada pelo tráfico de drogas.
Reclamam dos políticos atuais - mas eles pouco podem fazer. Poderiam ter feito lá atrás… Reclamam do superintendente da Suframa, mas ele é apenas uma figura decorativa no comando de uma autarquia em crise.
A defesa da Zona Franca ainda é uma bandeira para os políticos. Mas uma bandeira fora do mastro, surrada pelo tempo e pelo desleixo dos que dela serviram -se e a sugaram.
O problema é que não pode deixar de respirar, porque do nada é tudo o que o Estado tem . O Amazonas que importa farinha do Pará, tambaqui de Roraima, cheiro verde de Rondônia, acomodou-se demais …
ASSUNTOS: Manaus, novos ricos, Sugar Baby, sugar mommy, zona franca
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.