Paralisação da frota de ônibus: Uma greve que poderia ter sido evitada
- Enquanto burocratas engravatados sentam em torno de uma mesa, analisam planilhas, tomam um cafezinho, lá fora a população sofre nas paradas de ônibus.
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Manaus enfrenta uma greve parcial dos rodoviários - 70% da frota de ônibus funciona no horário de pico, mas há uma tendência de recrudescimento do movimento.
Uma paralisação geral está no radar do Sindicato dos Rodoviários, apesar das penalidades que pode sofrer com multa de até R$ 60 mil por hora, estipulada pelo Tribunal Regional do Trabalho.
Na pauta de reivindicações dos trabalhadores constam reajuste salarial de 12%, gratificação de R$ 1.200 para motoristas com dupla função e permanência dos cobradores, tudo que o patronato nega, alegando que levaria a insolvência das empresas.
Isso num momento em que Prefeitura, Ministério Público e dirigentes de concessionárias de transporte coletivo se debruçam sobre o valor de uma tarifa compatível com a realidade local - de olho na capacidade do usuário arcar com esse custo, que também afeta o setor de serviços em razão do vale transporte a R$ 6, o que oneraria uma área vital para a economia da cidade.
Mas é uma discussão que não avança porque, aparentemente esses atores ou não querem chegar a um termo, ou perderam o bom senso e a capacidade de negociar. O MP peca - repetimos, por exigências que não lhe cabem - como condicionar o reajuste da tarifa à inserção e mais 60 ônibus novos na frota.
Enquanto burocratas engravatados sentam em torno de uma mesa, analisam planilhas, tomam um cafezinho, lá fora a população sofre nas paradas de ônibus.
ASSUNTOS: Greve de ônibus, Manaus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.