Pesquisas eleitoral e fraude
O Estado descambou para o caminho do mal. A corrupção sem medidas degenerou a máquina pública e transformou uma ‘casta’ de gestores, colaboradores e fornecedores em ‘assaltantes’ dos cofres públicos. Nesta eleição municipal, os caminhos políticos, de tanto se ‘cruzarem’ chegaram a uma encruzilhada de grupos que se confundem à falta de placas indicativas de quem é quem numa disputa que se caracteriza por ‘motes’ de novidade, inovação e renovação. Até agora, uma coisa é certa: houve ‘mudanças’ nos grupos e palanques, misturando ideologias e posturas completamente antagônicas. Não à toa mais de 42% dos eleitores manauaras ainda não escolheram um candidato para votar nesta eleição. A partir de hoje o eleitor de Manaus tem apenas uma semana para chegar a uma decisão e levá-la para ser depositada na urna no próximo domingo. E a maioria já sabe que ‘indecisão’ não leva a nada.
As pesquisas eleitorais divulgadas até aqui pelos diversos institutos pecam pelas relações íntimas de seus executivos com os grupos politicos em disputa.
E podem pecar pela verdade, vergonhosamente sonegada ao público. Há uma evidente irresponsabilidade compartilhada com a mídia, que as divulga.
É só comparar os números: não batem.
Por ser um instrumento cientifico de coleta, uma pesquisa, comparada a outra, com a mesma base de dados, não precisa ser idêntica, uma cópia da outra: o diferencial é a margem de erro aproximada.
O que se tem visto é um exagero.
O registro na Justiça Eleitoral não é atestado de confiança. As eleições de 2014 revelaram fraudes em pesquisa que a Justiça Eleitoral não puniu, mas a empresa saiu do mercado ou mudou de nome diante de evidente falta de lisura e de compromisso com a verdade.
É possível que as ultimas pesquisas neste final de semana caminhem para uma única direção, com os números de cada instiuto se aproximando da verdade real. É que manipular números, além de fraude, se revela no final, com o voto do eleitor. Ninguém vai querer sair desmoralizado.(RH)
MAL ACOMPANHADO
Há um condicionamento na política que ‘obriga’ candidatos a falarem sempre como vitoriosos, mesmo quando amargam baixíssimos índices de aceitação popular nas pesquisas. Na semana passada, durante uma coletiva de imprensa, Hissa Abrahão comentando seu mote de campanha “Antes com o povo do que mal acompanhado”, disse que “não vende” sua alma. Foi indireta a candidatos que aceitaram apoio de ‘adversários’ para fortalecer suas campanhas. Hissa, que fala com a ‘certeza’ de ir para o segundo turno, e se recusa mesmo a conversar com o líder do seu partido, Amazonino Mendes, que ainda desfruta de prestígio numa faixa da população.
CAMINHOS CRUZADOS
Nesta eleição municipal, os caminhos políticos, de tanto se ‘cruzarem’ chegaram a uma encruzilhada de grupos que se confundem à falta de placas indicativas de quem é quem numa disputa que se caracteriza por ‘motes’ de novidade, inovação e renovação. Até agora, uma coisa é certa: houve ‘mudanças’ nos grupos e palanques, misturando ideologias e posturas completamente antagônicas. Não à toa mais de 42% dos eleitores manauaras ainda não escolheram um candidato para votar nesta eleição. A partir de hoje o eleitor de Manaus tem apenas uma semana para chegar a uma decisão e levá-la para ser depositada na urna no próximo domingo. E a maioria já sabe que ‘indecisão’ não leva a nada.
ASSOMBRAÇÃO DOS CANDIDATOS
O número que indica a ‘rejeição’, ou seja, o índice de eleitores que dizem não votar num candidato de jeito nenhum é a ‘assombração’ na vida dos que lideram as corridas eleitorais. E o fantasma quase sempre ‘ataca’ políticos que disputam a reeleição ou que já exerceram cargos de gestão pública. Na corrida eleitoral à prefeitura de Manaus, o prefeito Arthur Neto lidera com folga esse quesito, seguido pelo ex-prefeito Serafim Corrêa. Os dois juntos chegam a ‘somar’ até 58% de rejeição nas pesquisas; Arthur oscila entre 19 e 32%; já Serafim flutua sempre na casa dos 23 e 29%. Mas eles sabem que esse é um item ‘pessoal’ e que terão de buscar votos em outras praias, ‘tirando’ dos adversários ou ‘convencendo’ os indecisos.
ASSUNTOS: Amazonas, eleições 2016, Manaus, pesquisa eleitoral
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.