PF e Receita acordam Manaus e pegam Tumpex na Soma da fraude fiscal
“A areia ainda é mais fácil de fazer “cambalacho”, foi o que disse um delator à Policia Federal que nesta terça-feira foi para as ruas cumprir mandados de busca, apreensão e prisões de sócios e colaboradores das construtoras Soma e Tumpex. Mas o cambalacho era geral:a Receita Federal e a PF identificaram notas frias emitidas em nome de empresas fantasmas e de saques em espécie feitos por parentes ligados aos diretores das construtoras. Um crime tributário que somou mais de R$ 120 milhões que deixaram de ser recolhidos ao cofres públicos. Mas tudo estava acontecendo agora? Não.
O “cambalacho” remonta a 2016 e 2019, quando essas empresas, que são dos mesmos proprietários, receberam da Prefeitura de Manaus mais de meio bilhão de reais com coleta de lixo e recapeamento de ruas.
Some-se a isso compras licitadas que deixaram de ser entregues, mas a prefeitura fez o pagamento. O que advém daí é um atrevido sistema de expropriação do patrimônio da sociedade, perpetrado por empresários e agentes públicos.
A investigação é antiga, mas ganhou dinâmica com denúncia de que pessoas que teriam cargo de chefia na atual administração - o caso teria ocorrido antes da posse do atual prefeito - receberam propinas de até R$ 100 mil para facilitarem negócios no governo que ainda tomaria posse.
Mas essa é uma outras questão que terá desdobramento na esfera estadual, já que não envolve ninguém com foro privilegiado. Por enquanto, a medida é meramente de política fiscal violada pelas empresas, o que mobilizou a Receita Federal na Operação.
A PF conta com interceptações telefônicas e fez uso de outras tecnologias utilizadas para monitorar os supostos envolvidos.
Vai ser difícil para as empresas negarem o óbvio.Por enquanto seus diretores se dizem inocentes e vítimas de perseguição. Mas provas obtidas pela Polícia Federal revelam o contrário.
ASSUNTOS: Manaus, policia federal, Receita Federal, Soma, Tumpex
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.