Poder erótico e capital político
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Há muito desejava falar de capital erótico na política, sua influência sobre as decisões de poder, mas me sentia inibido.
Ontem, ao ler matéria que relatava a destinação de R$ 1,3 milhão em emenda pelo deputado federal Covatti Filho (PP-RS), à namorada Nicole Weber (Podemos), a inibição foi deixada de lado.
Afinal, fazia sentido: a emenda tinha um bom propósito: reforma da rede elétrica do Hospital Santa Cruz, no município do mesmo nome, onde a namorada do parlamentar é vereadora.
O problema é que Nicole disse que o dinheiro era um presente do namorado.
Nicole é, pelas fotos, uma bela mulher, que sabe usar sua sensualidade para conquistar a simpatia dos eleitores e colocar o deputado no cercadinho.
Alguns diriam: "É o amor". Não é. Mas é um ativo imenso, que pode ser compartilhado por homens e mulheres na seara de poder.
Mulher bonita e inteligente é um atributo importante na política. Quando deixada de lado gera apenas fofocas, ciumeiras e escândalos produzidos por adversários. Ignorar seu potencial é um jogo de soma zero quando deveria ser um jogo de medida de valor.
Poder erótico alimenta o poder político, especialmente quando se tem ao lado uma aliada com esse potencial. Mas os políticos locais - ou a maioria deles - prefere deixar a mulher como mera figurante, quando poderia estar pavimentando a estrada que conduz ao sucesso.
ASSUNTOS: capital politico, Erotismo, poder

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.