Polícia Federal corta na carne e sangra
A Polícia Federal sangrou nesta sexta-feira ao fazer busca e apreensão na casa de um delegado acusado de peculato e lavagem de dinheiro. A reação do policial foi idêntica a daqueles que ele, no exercício do cargo, prendeu ou fez buscas em suas casas: “as acusações são mentirosas, infundadas e descabidas”.
A PF agiu dentro de limites legais, mediante provas colhidas em inquéritos que balizaram a decisão judicial que o agora deputado ataca. Também não foi a PF ( ou a imprensa), que envolveu o nome da mãe do policial - deputado neste caso nebuloso.
O acusado diz que ela é um exemplo. E deve ser - muito provavelmente vítima de quem a colocou em negócios agora apontados como escusos.
O caso também expõe o esgoto no qual transformaram o País. Ninguém é santo. O poder seduz, o dinheiro seduz. Não se espera nem se pensa que a Policia Federal está imune a casos de corrupção.
Não está. Nenhuma instituição está. Nem a Igreja, nem seus santos - a maioria tinha pecados que os afastariam do céu.
Nada mais atual para estes tempos difíceis do que uma lição bíblica, que você pode encontrar em Mateus, 23: “…Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam”.
ASSUNTOS: Amazonas, Corrupção, Delegado Pablo, Lavagem de dinheiro, peculato, Policia Federal
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.