A política é um negócio
Quando um cidadão resolve ingressar na política ele antevê um negócio. Porque poder é negócio e política é a porta para que desejos pessoais se tornem realidade. O eleitor, que não é bobo, sabe disso. Mas vota em nome da “democracia”.
A escolha para cargos e funções importantes no Executivo e demais poderes é também parte desse negócio. A primazia de indicar amigos para compor quadros na República apenas revela a extensão da blindagem que os “negócios” necessitam. Afinal, esses representantes do povo precisam dormir sem o receio de a Polícia Federal arrombar o portão da casa e fazer buscas e apreensões nas madrugadas. Esse tempo está acabando. Ou em vias de acabar.
O Poder Executivo é uma máquina de fazer dinheiro e em torno dele se reúnem empresários, bancos, comerciantes, agiotas e toda espécie de trapaceiros.
O Poder Legislativo é outra máquina: não faz dinheiro, mas dispõe de instrumentos que invés de fortalecer a representatividade do eleitorado, torna o parlamentar um coronelzinho com poderes (dinheiro) para manter currais eleitorais. Para isso contribuem as emendas, os fundos partidários, os orçamentos secretos, a indicação de amigos para ocupar cargos em estatais, as “conversas de pé de ouvido” que facilitam as votações e aprovação de projetos do Executivo.
No final, quase ninguém presta.
Falta representatividade. Falta democracia.
O povo não é bobo. Um dia se rebela contra isso…
ASSUNTOS: negócios, Poder Executivo, política
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.