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Ponto para Melo


Por Raimundo de Holanda

22/11/2016 23h01 — em
Bastidores da Política



O governador José Melo usou ‘mão pesada’ com os diretores da Afeam, acusados de fazer aplicação temerária de recursos públicos em  Fundo de Investimento (Fip Expert) fechado e ‘perigoso’. Apesar de se tratar de uma operação tecnicamente correta, o investimento  levantou ‘suspeita’ diante da qualificação dos sócios da operadora e da acusação de envolvimento com o ‘esquema’ de desvio de recursos montado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral. 

Ponto para Melo, que deveria ter usado o mesmo ‘peso’ da mão para afastar servidores suspeitos no escândalo da saúde, onde as investigações da Polícia Federal  são mais precisas e definitivas. 

ACABAR COM OS ESQUEMAS

As duas questões enfrentadas pelo governo na saúde e na Afeam envolvem outra, de ordem administrativa, que são as indicações dos auxiliares diretos para os cargos de confiança dos gestores do primeiro escalão.

Todo processo da Operação Lava Jato mostrou que é justamente nas ‘diretorias’ que se instalam os esquemas nas empresas e órgãos públicos em todo o País. Quer dizer, os diretores, especialmente o financeiro,  tem que ser uma indicação técnica e relacionada diretamente não com o secretário ou diretor de autarquia, mas com o poder central. Do contrário ficará sempre aberta uma porteira para negócios não republicanos. 

O JACARÉ, DE NOVO

O vereador Bosco Rodrigues, de Itacoatiara, vai defender amanhã na reunião do Parlamento Amazônico, em Cuiabá, a exploração sustentável do jacaré na Amazônia. Vai deixar os ecologistas do Pantanal em polvorosa, diante de um tema que ainda é tabu desde o final da década de 1960, quando a Lei 5.197/67 proibiu a caça ao jacaré na região. Na época a pele atingia preços elevados com a alta moda no primeiro mundo e a nascente indústria de calçados no Brasil. Mais de 23 milhões de animais foram mortos na Amazônia, a maioria deles jacaré-açu.

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Mas Bosco não estará sozinho na empreitada. A articulação do processo tem à frente o presidente do próprio parlamento, o deputado Sinésio Campos, que ‘sonha’ com uma nova economia de escala no Amazonas.

BB EM APUROS 

O Banco do Brasil foi pressionado pelo Procon  a prestar informações sobre as agências que serão fechadas no Amazonas, bem como as medidas de atendimento, plano de comunicação e orientações aos usuários. E para se ‘vacinar’ de qualquer efeito negativo da ação da defesa do consumidor,  o superintendente Dermilson Souza correu logo para buscar ajuda junto às instituições estaduais superiores. Pode não ‘colar’ com a coordenadora ‘durona’ do Procon, Rosely Fernandes.

IPAAM CALADO

O deputado Sidney Leite não economizou críticas ao Instituto de Proteção Ambiental (Ipaam) pela omissão do órgão diante da tragédia ambiental protagonizada pelo consórcio Jirau/Santo Antônio contra o Rio Madeira.

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“É um absurdo a cara de paisagem que faz o Ipaam que, em vez de perseguir pobres pescadores, deveria  se preocupar com as ações criminosas do consórcio hidrelétrico, que está matando o Madeira e isolando comunidades que não têm mais nem água potável”, disse o parlamentar, assegurando que o desastre também está alterando o clima no Amazonas.

 

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ASSUNTOS: Arthur de Brito Alencar, Evandor Geber Filho, Fip Expert, José Me, Manaus, Marcos Paulo do Vale

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.