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Prefeitos sob patrulhamento da imprensa e dos órgãos de controle


Por Raimundo de Holanda

17/08/2023 21h36 — em
Bastidores da Política


  • ‘É preciso parar com medidas policialescas, inibitórias e, portanto, arbitrárias, que visam menos preservar o erário, e mais, muito mais, privar a sociedade de ver seus ídolos. É preciso que os órgãos de controle e a imprensa foquem em outras áreas, onde o dinheiro do contribuinte escorre para contas privadas. Muitas vezes, na porta ao lado…

A imprensa tem marcado de perto o Diário Oficial dos Municípios e o Ministério Público mostrado disposição em anular contratações com valores excessivos ou fora da regra de oportunidades - o mecanismo da licitação, permitindo iguais chances de concorrência  aos interessados. Mas se de um lado  há evidente excesso dos prefeitos em algumas áreas, o que provoca uma interferência legítima dos órgãos de controle, de outro  há uma velada intromissão desses mesmos órgãos quando o que está em jogo é a arte e sua valoração. 

É compreensível, também, mas não republicano, o “cuidado” com a coisa pública por parte de alguns órgãos de imprensa ao fazerem da. notícia das contratações uma denúncia, muitos deles  viciados e com segundas intenções.

Com surpresa leio neste Portal ( e em outros) a contratação da dupla sertaneja Léo & Rafael  pela Prefeitura de Anori por R$ 250 mil. O valor é alto, mas considerando o transporte de equipamentos, passagens e estadia, a despesa do grupo passa de R$ 120 mil. E a contratação visa coroar uma feira agropecuária cuja receita beira R$ 2 milhões, além de fazer a economia girar, beneficiando, produtores, empresas de maquinas agrícolas e famílias de baixa renda, que aproveitam para vender doces, leite, salgados, sucos  e frutas.

Ademais, não há parâmetro para medir a importância de uma dupla sertaneja, exceto pela sua popularidade e o gosto musical do público.

Se o gestor erra e se excede, a função dos órgãos de controle está em formular denúncia (no caso o Ministério Público) e julgar, no caso o Tribunal de Contas) eventuais falhas ou uso indevido de recursos públicos.‘É preciso parar com medidas policialescas, inibitórias e, portanto, arbitrárias,  que visam menos preservar o erário, e mais, muito mais, privar a sociedade de ver seus ídolos.  É preciso que esses órgãos  foquem  em outras áreas,  onde o dinheiro do contribuinte escorre para contas privadas. Muitas vezes, na porta ao lado…

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ASSUNTOS: Anori, Léo & Rafael, MP, TCE

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.