Prefeitura precisa romper contrato com a Águas de Manaus
- A festança do setor privado com recursos da sociedade precisa acabar. Se a concessionária não é eficiente, que se rompa o contrato de concessão.
A concessionária Águas de Manaus vem sendo cobrada por sucessivas interrupções no abastecimento em bairros da cidade. Agora é o Conjunto Viver Melhor, onde a água não chega há três semanas (veja matéria abaixo). Apesar do investimento complementar do poder público, com a construção de usinas de reciclagem de resíduos e central de abastecimento (adutora) - a empresa ainda não conseguiu corresponder às expectativas dos consumidores.
As obras de saneamento, que a concessionária alardeia que são de sua autoria, na verdade são investimentos públicos - Governo do Estado, Prefeitura de Manaus. Portanto, recursos do contribuinte, que afinal paga por um serviço ruim e é penalizado duas vezes.
A concessão foi realizada para que a empresa assumisse e melhorasse o abastecimento de água e a coleta de resíduos de esgoto, mas por trás há a mão generosa do poder público.
As obras de saneamento do Prosamim, se beneficiam um pequeno grupo de pessoas, tiram da empresa a responsabilidade de fazer investimentos no saneamento dos igarapés. No mínimo, teria que ressarcir o estado pelos investimentos realizados.
Quando ocorrida a concessão para o grupo Suez, no ano de 2002, os gestores de então, a troco não se sabe de quê, colocaram no texto um jabuti. A 3a cláusula dizia que o poder público faria investimento complementar em obras de saneamento da concessionária. Isso teria caído no ano seguinte, mas não é o que se vê hoje.
Estado e município alimentam a empresa com fortes investimentos, sem que isso reflita numa conta de água barata e serviço eficiente, enquanto os acionistas da concessionária enriquecem com um patrimônio que afinal é da sociedade amazonense.
Isso é imoral e precisa acabar.
Leia também:
ASSUNTOS: Águas de Manaus, concessão, falta de água, jabuti
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.