Presença da PF em Nova Olinda corrige erros da Segurança Pública do Amazonas
A Polícia Federal precisou intervir em um caso local - de plantio de maconha e os conflitos dai gerados entre policiais militares com comunidades ribeirinhas e indígenas no Rio Abacaxis, em Nova Olinda do Norte.
Denúncias de invasão de domicílios sem autorização judicial, tortura e mortes, além de restrições a navegação no Rio Abacaxis, colocam mais uma vez a Polícia Militar no centro de um problema de violação de direitos.
Nada mais impróprio do que a presença do comandante da PM do Amazonas, coronel Ayrton Ferreira Norte, em uma segunda operação, da qual resultaram denúncias de tortura a caboclos e indígenas, mortes e ocultação de cadáveres.
Reside ai, senão a suspeita de omissão diante da ação ilegal de seus subordinados, a conivência do coronel com a tortura revelada pelos indígenas.
A presença da PF, a pedido do MPF e avalizada pela Justiça Federal em Nova Olinda é, em síntese, uma intervenção na segurança pública do Estado, incapaz de administrar uma crise de pequeno porte, identificar causas e efeitos dessa crise.
A ação desastrada resultou na morte de dois bons policiais, mortes de caboclos e não resolveu o problema da plantação de maconha. Mas a Polícia Federal em um dia no local resolveu o que a PM não enxergou, além do corporativismo e da dose de ódio que fundamentaram as ações da segunda incursão no Rio Abacaxis, com a presença de seu comandante. Lamentável.
ASSUNTOS: Amazonas, intervenção federal, Manaus, Nova Olinda, Policia Federal, policia militar, rio Abacaxis
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.