Presença de Anitta em Parintins mostra o lado ruim da política
MPE e MPC devem investigar a fundo a despesa com Anitta. O que o prefeito Bi Garcia está fazendo com a contratação da cantora é criar uma cortina para esconder a pobreza, o desemprego, a violência e a falta de oportunidades durante o resto do ano na ilha do folclore, enquanto antecipa a pré-campanha pela reeleição.
A velha e boa ‘festa do interior’ já não é mais a mesma. Graças à ganância de prefeitos a arte regional perde espaço para atrações da ‘moda’, contratadas a preços superfaturados com dinheiro do contribuinte. O folclore de Parintins vai servir de palco para o rebolado de Anitta.
Foto: Agnews
Bi Garcia, que já antecipa a pré-campanha para um segundo mandato, abriu o cofre para sacar R$ 500 mil para a cantora. Mas os shows da Anitta custam só 200 mil em outros locais.
O prefeito quer fazer do festival dos bois uma cortina para esconder a pobreza, o desemprego, as drogas, a violência e a falta de oportunidades durante o resto do ano na ilha do folclore.
Mas oferece ‘pão e circo’ a um custo muito alto para a população, que ainda acredita no folclore como a única alternativa de melhorar sua renda. Talvez só melhore a do prefeito.
E é isso que o MPE deve investigar a fundo, porque se conspurca um festival que mostraria a cultura regional, e se rebaixa os artistas locais com cachês ridículos para estarem no evento.
O próprio TCE precisa intervir nessa questão, pois o tribunal já havia baixado norma contra esses gastos absurdos. Os dois órgãos precisam mostrar quais são as duas faces do Bi.
ASSUNTOS: Amazonas, Anitta, Bi Garcia, festival folclórico de parintins
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.