A pressa em atribuir morte de petista a ação política de bolsonarista
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O caso da invasão de uma festa de aniversário e a troca de tiros entre vitima e agressor pode não ter a conotação politica atribuída ao caso pela mídia. Foi um ato de violência que deve ser reprovado, mas levar para o campo exclusivamente político apenas porque as partes seguiam candidatos diferentes é exacerbar um clima já tóxico – de ódio, medo, violência e intolerância que toma conta do País.
Versões de que o agressor gritou palavras de ordem exaltando Bolsonaro e criticando Lula precisam ser provadas. A que foi divulgada, tendo como base depoimento de uma testemunha é detalhada demais e, por isso mesmo, pouco digna de crédito.
O fato é que cada um tem uma história, uma versão, mas esse ódio mortal não nasceu do fato de a vítima ser de esquerda e o agressor de direita. A origem deve ser outra. O ressentimento apenas cresceu com a opção politica.
A "mídia profissional", sempre “séria” e "impecável" nas suas análises, erra ao chamar o agressor de “lobo solitário”.
Na verdade, há muitos lobos circulando pelo Brasil, ressentidos (dos quatro lados), arrogantes, esquizofrênicos espalhando medo e ameaçando a paz e a democracia.
Por isso é perigoso afirmar que se tratou de atentado político, sem que uma investigação tenha sido feita e apurado com serenidade os fatos.
O vídeo exibido revela violência dos dois lados, inclusive do homem que chuta o agressor já ferido.
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.