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Proposta de tarifa zero para ônibus em Manaus é irreal


Por Raimundo de Holanda

21/06/2024 0h35 — em
Bastidores da Política



A discussão da gratuidade do transporte público reaparece em meio ao oportunismo da classe política e de entidades cuja origem é sempre suspeita. Agora chega à Câmara de Vereadores uma proposta apresentada por  "movimentos sociais, pesquisadores e instituições da sociedade civil". Quer dizer, pouca clareza sobre quem afinal fez esse projeto e baseado em que estudo.

 Manaus tem uma tarifa cara, apesar de um forte subsídio da prefeitura (R$ 400 milhões ano) e governo do Estado (R$ 150 milhões). O que o projeto prevê é que as empresas e não o poder público assumam as conta e subsidiem plenamente o transporte público para toda a população.

Os autores(?) da proposta não avaliam a capacidade das pequenas e médias empresas de fazer esse tipo de investimento, nem levam em conta o número de CNPJs cancelados ao longo do ano somente em Manaus - mais de 500.

Como  divagação e sonho vale a pena. Na prática, é um delírio.

Os autores do projeto se baseiam numa experiência francesa muito criticada - o "versement transport" - que afinal é custeado tanto pelas empresas com mais de 11 funcionários, como pelos trabalhadores. Quer dizer, mais um imposto. E, no final das contas pouca gente na França usufrui da gratuidade. 

Em Paris, apenas jovens estudantes de até 18 anos. Em Estrasburgo, também, mas somente nos finais de semana. O projeto, que não deve prosperar, traz informações incorretas. Vale discuti-lo, mas é impraticável.

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ASSUNTOS: Manaus, Tarifa Zero, Transporte Público

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.