Enquanto a população dorme, uma ideia extravagante e contrária ao interesse  público  ganha contornos na Assembleia Legislativa, estimulada por ambições políticas e projeto de poder: a criação de mais 49 municípios no Amazonas.  Por trás desse verdadeiro descalabro está o deputado Sinésio Campos (PT) e o presidente  de uma entidade  desconhecida,  que leva o pomposo nome de “Federação das Associações de Desenvolvimento Distrital Emancipalista do Amazonas", Reinaldo Serrão.

Com 62 municípios atualmente, 60% deles não tem receita própria. Vivem, de repasse do Estado e do governo federal. Na prática, significa que o contribuinte de Manaus, maior centro arrecadador, terá que bancar essa ideia que não espraia o desenvolvimento, como o parlamentar prega, mas coletiviza a pobreza e atrasa o progresso.

O que chama a atenção dos parlamentares que defendem a criação dos novos municípios é a questão eleitoral, o domínio de verdadeiros currais onde o voto é garantido pelo prefeito de plantão, sem se aterem ao fato de que ao criar uma nova unidade municipal, impõem ao contribuinte a obrigação de  financiar  a estrutura legal - Legislativo, Judiciário, delegacia e escolas, unidades habitacionais,  infraestrutura. 

Como manter novos municípios sem uma política de expropriação  do contribuinte, especialmente de Manaus, que terá menos repasses estaduais e federais na hora da divisão do bolo tributário?

Deputados com essas ideias devem ser olhados com lupa e mandados para casa na próxima eleição. 

Aposentados, poderiam fazer mais  por si mesmos ao se ausentarem  da vida pública e passarem o resto de suas vidas em casa, numa cadeira de balanço, com um caderno de palavras cruzadas na mão, onde a unidade linguística que mais os intriga e que  certamente buscariam o  auxílio de um neto é:  “termo com  quatro letras que representa um conjunto de pessoas que constituem uma cidade, um país?”…Vão demorar muito a adivinhar que é ”povo".