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A proposta indecente do setor de seguros


Por Raimundo de Holanda

06/06/2024 20h59 — em
Bastidores da Política



O setor de seguros, que faturou ano passado R$ 388 bilhões, colocou as garras e as ambições de fora, com a proposta de inserir na conta energia elétrica o adicional de R$ 3  para indenizar vítimas de desastres ambientais.

A proposta não é apenas indecente, ela penaliza parcela substantiva da população que paga uma tarifa extremamente cara, onde já incidem  encargos setoriais, como a Conta de Desenvolvimento Energético,  que sai do bolso do usuário para subsidiar a energia fornecida às famílias mais pobres; custo de distribuição; o ICMS cobrado pelo Estado, além do PIS, COFINS (Federal) e a COSIP (municipal). 

Evidentemente que o governo deve pensar num fundo para fazer frente aos desafios da mudança do clima no País, mas a iniciativa deve ser do Congresso Nacional, não de grupos econômicos que surfam em lucros bilionários. 

Como ideia aponta rumos, ainda que inadequados, mas como pleito vai um longo caminho. 

Qualquer medida do gênero deve passar, necessariamente, por um debate público. Nem mesmo o Congresso pode se julgar no direito de votar e aprovar  esse tipo de proposta sem chamar a sociedade para discuti-la. Do contrário, seria uma  incursão  no bolso do eleitor que quer ser representado e defendido, não violentado e surrupiado nos seus parcos recursos.

Os consumidores de energia querem respeito, que o setor de seguros ignora. Espera-se que o Congresso Nacional não entre nessa conversa de taxar mais ainda uma tarifa que já é assombrosamente alta. 

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ASSUNTOS: desastres ambientais, energia elétrica, proposta indecente, Seguradoras

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.