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Quando a violência começa dentro de casa e chega à escola


Por Raimundo de Holanda

27/03/2023 20h12 — em
Bastidores da Política



É sempre triste falar de violência, especialmente quando começa dentro de casa e chega à escola. Filhos com os quais não conseguimos conversar. Temos tempo para tudo, menos para ouvi-los.

Filhos que não nos veem como pais, mas como “autoridades" as quais devem respeito e silêncio.

Filhos que têm o dever de ouvir e a obrigação de não falar.

Esse clima de opressão é o vetor de toda violência que se espalha pela sociedade, com consequências trágicas, como o episódio da escola Tomázia Montoro, em São Paulo, onde um menor de 13 anos - uma criança — matou a facadas uma professora e feriu outras cinco pessoas.

Um escândalo. E a procura inconsequente por culpados. Foram muitas as questões abertas por “especialistas, entre elas : ”as autoridades não monitoraram a rede social na qual o menor divulgou o plano do atentado”, o que reforça o argumento do atual governo de limitar a liberdade de expressão. Se um erra, todos pagam pelo erro .

”As autoridades não reforçam a segurança das escolas”."O governo é culpado".

É sempre assim. Nunca se busca a origem da violência e a melhor forma de combatê-la.

É importante preservar a família - e esse não é um discurso da extrema direita. É o discurso de um cidadão  que compreende a importância da família na formação moral dos filhos.

A escola é um complemento, que explora o lado intelectual das crianças, que aponta o caminho do futuro, incute e aprimora o sentimento de cidadania,  de respeito as diversidades, que planta a convivência pacífica em sociedade, mesmo naquelas onde se disputa espaço em nome do mérito, que a escola promove.

A escola  não pode ser responsabilizada pelos vícios de nossos filhos, pelas taras, pela perversão, pelos desejos incontidos.

Os professores são educadores numa segunda fase da formação das crianças. Se elas chegam na sala de aula violentas, revoltadas, é impossível ao professor cumprir sua missão de ensinar.

No mínimo será vítima de violência, como foi o caso da professora Elizabeth Tenreiro. E o caso de milhares de professores submetidos à tortura em sala de aula por crianças que não entendem o papel da escola e muito menos o do professor. Por culpa da família…

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ASSUNTOS: Escola Thomázia Montoro, professora Elizabeth Tenreiro, São Paulo, Vila Sônia

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.