Quem detém poder e dita as regras do jogo político
- Governadores e prefeitos estão sendo colocados no canto do ringue. O jogo de poder está cada vez mais nas mãos de vereadores, deputados, conselheiros de tribunais de contas e do judiciário.
Com as assembleias legislativas e câmaras municipais assumindo um protagonismo inédito na história do País (as emendas impositivas conferiram independência a parlamentares) e os tribunais de contas ganhando autonomia para impor condenação a governadores e prefeitos - a tendência é crescer o desinteresse pela disputa dos governos estaduais e prefeituras nos próximos anos.
Os governadores ainda dispõem de relativo poder - têm cargos para afilhados e amigos. Têm a polícia, o sistema de inteligência - que podem utilizar a seu bel-prazer, bisbilhotando a vida de adversários políticos - todo governante agora quer uma Abin particular - mas isso não equilibra o jogo de poder que está cada vez mais nas mãos de vereadores, deputados, conselheiros de tribunais de contas e do judiciário.
Buscar socorro em um desses poderes custa caro e é uma conta que nenhum gestor público paga sem virar refém. É um jogo de poder onde quem mais perde é a sociedade.
O Legislativo tem um poder imenso. Não legisla como deveria, não fiscaliza como esperado. Vereadores e deputados na prática não representam o eleitorado, porque violam de forma sistemática compromissos assumidos durante a campanha eleitoral, mas estão sempre atrás de uma mordida maior no orçamento para beneficiar construtoras e fornecedores amigos. É um ‘ou dá ou desce”. E o povo que aguente…
ASSUNTOS: governador, Judiciário, prefeito, tribunal de contas, vereadores
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.