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Reação ao garimpo ilegal é necessária, mas pontuada de equívocos


Por Raimundo de Holanda

05/10/2023 19h31 — em
Bastidores da Política


  • Ao incendiar balsas/dragas - já passam de 310 apenas em torno do rio Solimões - o poder público cria um outro problema: a poluição do ar, já agravada pelas queimadas no verão amazônico.
  • Mirar as quadrilhas e seus financiadores seria mais eficiente, sem agravar os problemas ambientais que a região vem sofrendo em razão da seca e das queimadas.

É importante o combate à exploração ilegal de ouro na Amazônia. Há um verdadeiro saque do mineral e um rastro de destruição ao meio ambiente, com impacto na vida aquática e silvestre. Era necessária uma reação à altura do Governo Federal, o que de fato está havendo. Mas ao incendiar as balsas/dragas - já passam de 310 apenas em torno do rio Solimões - o poder público cria um outro problema: a poluição do ar, já agravada pelas queimadas no verão amazônico. 

Não se pode atacar um problema criando outro. As balsas/dragas contêm diesel e produtos químicos, como o mercúrio. Ao queimá-las o nível de contaminação do ar e até riscos de incêndio na floresta crescem.  

O ar fica irrespirável, com monóxido de carbono, enxofre e outras partículas geradas pela combustão .

Ademais, cabe perguntar se não seria mais eficiente a apreensão das balsas, que contêm outros equipamentos com uso diversificado, que poderiam até mesmo ser usados por indígenas e caboclos que vivem na região e que parecem dispostos a proteger a floresta.

É um equívoco imaginar que queimando dragas o problema da exploração ilegal de minérios vai acabar. Mirar as quadrilhas e seus financiadores seria mais eficiente, sem agravar os problemas ambientais que a região vem sofrendo em razão da seca e das queimadas.

Nada seria mais auspicioso do que repensar essa estratégia, que tem se revelado equivocada e um agravante aos problemas ambientais já recorrentes na região.

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ASSUNTOS: dragas, garimpeiros, PF

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.