Retorno de Bolsonaro a Manaus é incerto com direita fragmentada
O ex-presidente Bolsonaro promete vir a Manaus no próximo mês, numa tentativa de anabolizar a candidatura do capitão Alberto Neto (PL), que atualmente navega atrás do também candidato Roberto Cidade (União Brasil). Falta a Alberto combustível em meio a uma direita francamente dividida. Mas a vinda de Bolsonaro é incerta. Pesa contra o fato de seu candidato figurar em quarto lugar nas pesquisas de intenção de votos, e a direita, que o ex-presidente um dia chamou de sua, estar fragmentada em Manaus.
Fora o fato de a direita não ser exatamente bolsonarista, nem totalmente radical quanto parece. Uma parcela defende valores conservadores e menor interferência do estado na vida dos cidadãos, mas não é fundamentalista, nem excessivamente populista, enquanto os bolsonaristas visam o desmantelamento das instituições e a criação de um estado policial.
É esse grupo, sem o radicalismo como bandeira, que parece disposto a fazer novas apostas - uma parte caminha com Roberto Cidade, outra com Amom Mandel e uma outra com David Almeida.
Na prática, o bolsonarismo raiz encolheu em Manaus e a prova - repito - está no desempenho do candidato do PL, que amarga um quarto lugar, distante seis pontos do terceiro colocado.
A não ser que Bolsonaro consiga com sua presença transferir votos para o Capitão Alberto, ainda em que em número reduzido - entre 6 a 8 por cento, o que é improvável, o tabuleiro político pode mudar rapidamente pela disputa do terceiro lugar, embora a corrida de Cidade e Alberto Neto tenha por meta chegar na cola do prefeito David Almeida, que está 13 pontos na frente de Amom Mandel, que também mantém dianteira de seis a sete pontos dos dois outros concorrentes.
Como se vê, a corrida é difícil. Chegar na ponta para Cidade e Alberto Neto depende de erros dos dois adversários que lideram as pesquisas. A mais de 40 dias da eleição, tudo pode acontecer...
ASSUNTOS: Alberto Neto, amom mandel, Bolsonaro, David Almeida, Roberto Cidade
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.