Risco de novas rebeliões nos presídios do Amazonas
O governo do Amazonas minimizou a rebelião com reféns no Complexo Penitenciário do Puraquequara na manhã deste sábado. É certo que foi controlada, os reféns liberados, mas ficou a centelha de uma insatisfação que pode resultar em um novo incêndio.
“Está tudo bem”, disse o secretário da Seap,Marcos Vinicius. Descontado o otimismo do secretário, o cenário que ficou foi de destruição e a mensagem, explicita, para quem quiser entender, que o sistema está prestes a implodir, com todas as consequências daí derivadas.
A manutenção dos presídios do Amazonas é cara - custa anualmente R$ 500 milhões ao contribuinte - mas nem o Estado - que tem a responsabilidade pela administração, vigilância e a disciplina , nem a empresa terceirizada, contratada para ser uma espécie de prefeitura, assumindo a limpeza, alimentação, assistência material e jurídica, cumprem seu papel.
É quando um terceiro poder surge, mais organizado, mais ousado e mais desafiador. É esse poder que dita as regras e os caminhos que as rebeliões devem tomar.
Se o Estado não exercer seu papel como deve, mobilizando sua inteligência, dificilmente impedirá uma nova carnificina, para horror da sociedade.
ASSUNTOS: carnificina, coronel Bonates, fug de presos, Manaus, Rbelião no Compaj
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.