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Saiba o que Amazonino pensava sobre a morte e como queria ser lembrado


Por Raimundo de Holanda

18/02/2023 20h24 — em
Bastidores da Política



O ex-governador Amazonino Mendes não existe mais. Foi opção dele ser cremado. Seu corpo, transformado em cinzas, nos priva de um jazigo para visitar no Dia de Finados. Para ele, o túmulo  era uma prisão. Depois de morto seu desejo era navegar sobre as águas do rio, se misturar ao vento e ao sol do final da tarde, ou que a energia de seu corpo ardendo em chamas se misturasse as nuvens e depois caísse fertilizando a Terra.

A família respeitou esse desejo. Provavelmente as cinzas serão atiradas sobre o Rio Amazonas.

Amazonino era um homem inteligente, culto, com defeitos e virtudes. Amigo dos amigos - que eram poucos entre os muitos que beijavam sua mão.

Posso falar sobre ele como poucos, porque sempre me chamava para expor ideias e ouvir. Muitas vezes ouviu críticas ácidas, mas me olhava com gratidão e respeito. Tive o prazer de recebê-lo em minha casa algumas vezes para um café com tucumã, o fruto que ele amava.

Num dos bons “papos”que tivemos - e foram muitos - falamos sobre o depois, os mistérios da morte. E ele disse - repetidas vezes - que era um encontro difícil e inevitável, mas que não o temia. Que quando isso acontecesse gostaria de permanecer na memória dos amazonenses menos pelo que fez, mas como uma ideia.

Mas o que é uma ideia, senão exemplos, senão virtudes que compartilhamos no presente e nossos pais passam de geração em geração?  Senão a construção da história a partir de experiencias, da inteligência de homens que tiveram visão de futuro e apontaram caminhos ? Amazonino, neste aspecto, é o que sempre quis ser: uma ideia e como ideia é imortal.

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ASSUNTOS: Amazonino Mendes, cremação, ideia, imortalidade, Rio Amazonas

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.