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Saiba porque o Amazonas está perdendo a guerra para o coronavírus


Por Raimundo de Holanda

11/04/2020 18h22 — em
Bastidores da Política



Tudo o que se tem hoje é pressa, mas com atitude e responsabilidade. O governo do Amazonas, embora tenha uma inegável boa vontade, não faz as coisas andarem na velocidade que o momento exige. São dispensáveis as crises provocadas por uma burocracia que  trava a saúde, expõe os médicos a contaminações e passa para a sociedade a impressão de um governo fraco, que precisa acordar para enfrentar os desafios que virão pela frente. E não serão fáceis.

Os próximos 80  dias, segundo o Ministério da Saúde, serão de pico da Covid-19.  Se estamos perdendo na fase preliminar, imaginem quando a caixa de pandora for aberta…

Com menos recursos que o Estado do Amazonas, a prefeitura de Manaus constrói em tempo recorde um hospital de campanha, que deve entrar logo em operação. É um exemplo a ser seguido.

O que são dispensáveis e apenas atrapalham são comparações esdrúxulas, como a de um hospital privado com 30 leitos e nenhuma morte por Covid-19, com a situação  do Estado, que tem  uma demanda de mais de mil pessoas com complicações respiratórias na rede hospitalar. Lógico que os óbitos  poderiam ser evitados  se o sistema de saúde estivesse enxuto, organizado e funcionado com toda a sua capacidade.

A ideia de intervenção na saúde, feita pelo Sindicato dos Médicos, tem sentido apenas se considerarmos que a classe médica está desprotegida e é muito afetada. Uma questão a ser resolvida e requer urgência. Mas intervir agora é adicionar a um problema existente um outro problema de gestão, que já se complicou muito com a troca do secretário da pasta.

Outro agente complicador é o terrorismo instalado nas redes sociais,  com grande influência sobre a opinião pública. É preciso desarmar as milícias digitais focadas em simples estratégia eleitoral ou de oposição para desestabilizar o que já não vai bem.

É o caso, por exemplo, das criticas feitas ao aluguel de um hospital de uma universidade privada. O valor,  de mais de R$ 2 milhões, é o que menos importa neste momento. O que importa é abrir o hospital - que continua fechado - e urgentemente. Se necessário, em regime de mutirão. Saúde não pode esperar. E não tem preço que pague por uma vida.

União agora é tudo o que resta de solução para essa crise.

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ASSUNTOS: Amazonas, Arthur Neto, Bolsonaro, COVID-19, hidroxicloroquina, mandetta, Coronavírus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.